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sexta-feira, 7 de junho de 2019
domingo, 2 de junho de 2019
Oficina de Desenho: Experiências de liberdade criativa e aprendizagem
André Brown
“A
arte mais importante do professor é saber despertar nos alunos a alegria de
criar e conhecer.”
Albert Einstein
Desde
o início da década de 1990, atuo como desenhista, produtor de linguagens e “oficineiro”. No meu
caso, o interesse pela linguagem do desenho antecedeu a minha formação em
pedagogia. Hoje, faço uso das linguagens desenhadas no meu trabalho seja em
sala de aula ou na pesquisa em educação. Muito dessa minha vontade de trabalhar
com desenho e educação se expressou em experiências cotidianas, na minha
própria Oficina de Desenho.
Oficina de Desenho na Casa de Leitura de Laranjeiras / Fundação Biblioteca Nacional em 1998.
Quando
criei a Oficina de Desenho em parceria com a designer Alessandra Nogueira (ESDI/Uerj),
eu já havia ministrado cursos livres em instituições como a Casa de Leitura de
Laranjeiras (Fundação Biblioteca Nacional) e em centros culturais. O projeto
inicial da oficina foi pensado para ser realizado em escolas, mas depois
estruturei um espaço próprio para iniciar o trabalho. A partir de 2009 a Oficina de Desenho passou a integrar o
Instituto Tocando em Você (ITV), uma parceria que deu certo e ampliou a abrangência da
Oficina.
No
ensino de desenho eu e Alessandra buscamos fundamentação nas obras de mestres que partiram da
prática para elaborar seus trabalhos e pesquisas, como Fayga Ostrower, Betty Edwards,
Rui de Oliveira, Burn Hogart, Will Eisner,
Scott McCloud entre muitos outros. Recentemente a Oficina de Desenho agrega em suas aulas, conhecimentos, estudos visuais
e da cultura visual desenvolvidos pelas universidades públicas UFSM, UFRJ, Uerj.
Desde
o início da Oficina de Desenho foram realizadas as práticas de ensino fundamentadas
pelas teorias dos pensadores da Educação, entre eles destaco Dewey, Vigostski,
Rogers, Freinet e Freire.
Um
exemplo de identificação de elementos das pedagogias na Oficina de Desenho é a aula-passeio indicada por Celéstin Freinet como prática de ensino. Com os alunos, visitamos e realizamos aulas de desenho ao ar livre na Floresta da Tijuca, no
Jardim Botânico, no Passeio Público, na Praça da República, na Quinta da Boa
Vista e no Jardim Zoológico.
Prática de desenho na Floresta da Tijuca em 16/04/2000
A
ideia de palavras geradoras, pensada e posta em prática por Paulo Freire para a
alfabetização, usando palavras do cotidiano dos alunos, me inspirou a utilizar
o que defino, por analogia, como imagens geradoras. Incluo nessas imagens
fotos, pinturas, esculturas, ilustrações ou qualquer outra referência visual
que sirva de estímulo à criação de novos desenhos em sala de aula.
Alunos
com idades e níveis de desenvolvimento diferentes interagem durante as aulas da
oficina, trocando conhecimentos enquanto realizam seus desenhos, tal qual
escreveu Vigotski (1998) sobre a zona de desenvolvimento proximal, explicando-a
como
a distância entre o nível de
desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente
de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes (p. 112).
a zona de desenvolvimento proximal hoje,
será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança
pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã (p.
113).
Reconheço a importância de todas essas teorias terem perpassado o cotidiano da Oficina de
Desenho. Com o conhecimento das metodologias de ensino e aprendizagem foi possível que alunos conquistassem a
autonomia necessária para conseguirem autogerir suas elaborações, buscando seus próprios
temas e técnicas com liberdade. Nessas ocasiões eu tenho sido um professor facilitador (Rogers, 1972), que acompanha as elaborações gráficas
dos alunos, que algumas vezes usam o acervo de livros de arte, revistas e
recursos no ateliê. Nesses processos de elaboração, as histórias em quadrinhos servem
com frequência como referencial para praticar desenho e usos de elementos de
linguagem, associando textos e imagens para compor narrativas.
Há 21 anos a Oficina de Desenho realiza metodologias alternativas (BROWN; CHRISPINO, 2017) exposições de alunos, professores, artistas
convidados, desenvolveu projetos coletivos de criação de personagens,
incentivou a publicação de jornais alternativos, fanzines, revistas, livros,
quadrinhos independentes, produções imagéticas para mídias convencionais e
digitais.
Impressora 3D tecnologia utilizada na Cultura Maker.
Recentemente a Oficina de Desenho está compondo novas parcerias com startups
de tecnologia e inovação para realizar oficinas relacionadas à cultura maker. Brevemente serão divulgadas novas
atividades da Oficina de Desenho para atender escolas e outras instituições de
ensino, cultura, entretenimento e empresas.
Referências:
BROWN, André; CHRISPINO,
Arthur. Cursos de férias: metodologias alternativas na formação continuada. Conhecimento & Diversidade, [S.l.],
v. 9, n. 17, p. 112 - 126, out. 2017. Disponível em:
<https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/conhecimento_diversidade/article/view/3799>.
Acesso em: 02 jun. 2019.
ANDRADE, Karen. Guia
definitivo da Educação 4.0 – Uma rede de conexões integrando pessoas e saberes.
Planeta Educação. Disponível em:
< https://www.google.com/search?q=guia+definitivo+da+educa%C3%A7%C3%A3o+4.0&oq=guia+definitivo+da+educa%C3%A7%C3%A3o+4.0&aqs=chrome..69i57.14127j0j1&sourceid=chrome&ie=UTF-8#
>. Acesso em: 02 jun. 2019.
FREINET, Celéstin. A
educação do trabalho. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ROGERS, Carl R. Liberdade
para aprender. 2 ed. Belo Horizonte, MG: Interlivros de Minas Gerais, 1972.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A
formação social da mente – o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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